17 de set. de 2012

Aula da praça



Quando realizamos a saída de campo na cidade de Porto Alegre, um dos locais visitados, apesar de ser bastante conhecido, chamou a atenção para uma proposta de atividade: o monumento da praça da Matriz.

Todo o entorno da praça já renderia muitas atividades, mas como somos professoras de Ensino Fundamental e Médio, fica um pouco perigoso darmos aula a céu aberto durante muito tempo!

A proposta gira em torno do monumento em homenagem à Julio de Castilhos, antigo presidente do estado do Rio Grande do Sul que esteve a frente do poder de 1891 a 1897. Julio de Castilhos foi responsável por consolidar o poder do PRR no estado, por colocar em prática a constituição estadual de 1891 além de dar iniciar a construção de inúmeros prédios públicos, entre eles o atual palácio do governo. Seu mandato não durou muito, mas Julio de Castilhos deixou um importante herdeiro político que iria chegar ao poder logo depois dele e que permaneceria durante 25 anos administrando o estado, Borges de Medeiros.

Foi Borges quem mandou construir o monumento em homenagem ao seu padrinho político. Na realidade, o entorno da praça da Matriz é resultado de uma série de obras publicas realizadas no período de seu  governo, além de outros prédios que remetem á herança positivista e a um modelo de governo característico do período da Republica velha.

A proposta de atividade seria então uma aula expositiva sobre a história do monumento e suas relações de poder e preservação da memória do Rio Grande do Sul. A figura de Julio de Castilhos, no centro, sentado, de frente para o Teatro São Pedro, tendo ao seu redor deuses do panteon grego e símbolos da história gaúcha, como o peão montado a cavalo, remete para a preservação de uma memória ligada ao poder, ao Positivismo e a um tipo de administração bem peculiar da República Velha. Fazer essas relações com os alunos, fazê-los fotografar o monumento ou partes dele e depois trabalhar esses aspectos em sala de aula seria muito produtivo.

Poderiam ser feitos dois tipos de relações do monumento com prédios dos arredores: o primeiro seria o Museu Julio de Castilhos. Explorar a criação do museu (que foi residência do próprio Julio), seu acervo e a intenção que culminou com sua inauguração, relacionando todos esses dados com a importância da figura de Julio de Castilhos, poderia ser a primeira proposta.

A segunda proposta poderia ser feita em conjunto com os prédios do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) que foram construídos no governo de Borges de Medeiros. Os prédios de guarda de acervo foram criados no início do século XX com a intenção primordial de preservar documentação em papel, algo revolucionário para a época e que reflete bem a corrente de pensamento em vigor no período, o Positivismo. Essa atividade seria um prato cheio para que o professor relacionasse memória e preservação da história. Que história foi preservada? De quem? Das populações mais desfavorecidas de Porto Alegre? Ou do governo?

Além dessas atividades, os dois espaços oferecem  ações educativas que proporcionam aos estudantes entrar em contato com a história de seu estado.

Para maiores informações sobre o agendamento das atividades específicas de Educação Patrimonial nessas instituições é só ligar:

Arquivo Público: (51) 32889117
Museu Julio de Castilhos:  (51) 32215946

Boa saída de campo!!

0 comentários:

Postar um comentário